segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Biografia de Alfred Binet

         Alfred Binet, pedagogo e psicólogo francês, que ficou conhecido por sua contribuição à psicometria, a saber, foi o inventor do primeiro teste de inteligência, a base dos atuais testes de QI.
Filho de um médico e uma pintora, Alfred Binet nasceu a 8 de julho de 1857 em Nice. Ao término de seus estudos secundários, na escola Louis-le-Grand, em Paris, inicia os estudos de direito, medicina e ciências naturais. Atraído inicialmente pela biologia, defendeu na Sorbonne uma tese de doutorado em ciências, antes de abordar a psicologia através do hipnotismo, do magnetismo e de fenômenos de desdobramento da personalidade, então muito em moda.

Em 1884, Alfred Binet desposa a filha do embriologista Balbiani e inicia estudos de ciências naturais no Sorbonne, sob a direção de seu sogro. Incentivado por Théodule Ribot para prosseguir seus estudos no domínio de psicologia, ele trabalha com Jean Martin Charcot no hospital de Salpêtrière onde a hipnose e a sugestão são temas de novas experiências.
O nascimento de suas duas filhas, Madeleine (1885) e Alice (1888), lhe fornece os objetos de estudos.
Em "A psicologia do raciocínio", publicada em 1886, supunha a existência de uma dinâmica intelectual subjacente a toda atividade mental consciente. No ano seguinte, fez um estudo do fetichismo, vocábulo criado por ele, em um artigo na Revue Philosophique e assinou, com Charles Féré, uma obra sobre "O magnetismo animal".
Em 1890 ele conhece Henri Beaunis, que havia criado o laboratório de psicofisiologia do Sorbonne em 1889.
Em 1893, fundou o Année Psychologique, primeiro periódico francês do gênero, antes de se dedicar ao estudo do desenvolvimento da inteligência e das correlações que ele supunha existirem entre esta e o volume do crânio. Foi então que começou a sua colaboração com um jovem residente da colônia de crianças retardadas do Asilo de Perray-Vaucluse, Théodore Simon, cuja tese ele sugeriu.
Em 1894, Alfred Binet funda com Henri Beaunis a revista L'année psychologique (sitio). Ainda neste ano, Binet administrou um dos primeiros estudos psicológicos sobre o xadrez. Investigou as ligações cognitivas de mestres de xadrez.
Em 1895, ele se torna o diretor do laboratório de psicofisiologia, no lugar de Henri Beaunis.
Em 1904, quando ainda era diretor do Laboratório de Psicologia Fisiológica da Universidade de Sorbonne, participou de uma comissão de médicos, educadores e cientistas, nomeados pelo ministro da Instrução Pública da França, que tinha como objetivo estabelecer métodos e formular recomendações para o ensino de crianças deficientes mentais. Binet foi incumbido da tarefa de desenvolver um instrumento que permitisse identificar as crianças mentalmente deficientes.
Como resultado de seu trabalho nessa comissão e de suas pesquisas anteriores, ele publicou em 1905, por solicitação do governo francês, Alfred Binet publica uma escala métrica de inteligência que ele havia elaborado com a colaboração de Théodore Simon, a primeira escala para a medida da inteligência geral. Essa escala, que se tornou conhecida como escala Binet-Simon, passou por duas revisões: a primeira, em 1908, e a segunda, em 1911, pouco antes da morte de Binet. Esta escala tinha por meta medir o desenvolvimento da inteligência das crianças de acordo com a idade (idade mental). Nos anos seguintes, proporia algumas melhorias.
Este trabalho foi o ponto de partida para muitos outros testes, em particular o de QI.
Pode-se dizer que o desenvolvimento dessa escalar marcou o início da medida da inteligência, tal como a conhecemos hoje. Os testes de Binet e Simon foram traduzidos e utilizados também em muitos outros países e deram origem a inúmeras revisões, realizadas por outros pesquisadores, bem como inspiraram a elaboração de outros testes de inteligência.
No Brasil, seus estudos e testes foram introduzidos em 1916 por educadores ligados ao Laboratório de Psicologia Pedagógica do Rio de Janeiro.
Alfred Binet morreu de congestão cerebral em 28 de outubro de 1911.
Sabemos qual foi o futuro brilhante desse método de avaliação da idade mental, revisto uma primeira vez em 1908, depois em 1911, no mesmo ano da morte de Alfred Binet, introduzido nos Estados Unidos em 1910 por Henry H. Goddard, e depois retomado por Terman em 1917 na Universidade de Stanford e na França pela última vez, em 1949, por René Zazzo.

PEÇAS DE TEATRO

Há um aspecto menos conhecido da atividade de Binet. É a sua obra de dramaturgo.
Colaborou com André de Lorde, "esse especialista do horror, obcecado pelos múltiplos problemas e pelas situações pungentes que a loucura suscita", segundo um cronista da época, na composição de algumas peças de teatro com temas médicos. Citamos A obsessão, A horrível experiência, O homem misterioso, representada no teatro Sarah Bernhardt, que mostrava um doente delirante perseguido, e Os invisíveis, encenada no teatro Ambigu, cuja ação se passava no "Asilo Saint-Yves", no serviço do doutor Simonet, alusão transparente a Théodore Simon, que era então médico-adjunto no Hospital de Saint-Yon. Essas preocupações melodramáticas não deixam de lançar uma luz particular sobre a escolha de certos itens um tanto lúgubres que aparecem no teste de Binet-Simon.
Alfred Binet escreveu algumas peças de teatro em colaboração com André de Lorde:
*L'Obsession (A obsessão)
*Une leçon à la Salpêtrière (Uma lição para Salpêtrière)
*L'Horrible Expérience (A horrível experiência)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
http://wordpress.com
http://www.universalis.fr

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