Marabá é um
município brasileiro situado no interior do estado do Pará.
Pertencente à mesorregião do Sudeste Paraense e à microrregião
homônima, está a sul da capital do estado distando desta cerca de
485 quilômetros. Sua localização tem por referência, o ponto de
encontro entre dois grandes rios, Tocantins e Itacaiunas, formando
uma espécie de "y" no seio da cidade, vista de cima. É
formada basicamente por seis distritos urbanos interligados por
rodovias.
O povoamento da
região de Marabá se deu nos fins do século XIX, com a chegada de
imigrantes goianos e maranhenses. A emancipação municipal ocorreu
em 1913, com seu desmembramento do município de Baião. O
desenvolvimento do município durante um grande período foi dado
pelo extrativismo vegetal, mas com a descoberta da Província Mineral
de Carajás, Marabá se desenvolveu muito rapidamente, tornando-se um
município com forte vocação industrial, agrícola e comercial.
Hoje Marabá é interligada por três rodovias ao território
nacional (BR-222, BR-230 e a PA-150), por via aérea, ferroviária e
fluvial.
Atualmente o
município é o quarto mais populoso do Pará, contando com
aproximadamente 233.462 mil habitantes segundo o IBGE/2010, e com o
4º maior PIB do estado, com 3.593.892.005 mil, o seu IDH é 0,714,
sendo considerado médio pelo PNUD/2000 e sua renda per capita em
2008 era de 17.974,31. É o principal centro socioeconômico do
sudeste paraense e uma das cidades mais dinâmicas do Brasil.
Marabá tem como
característica sua grande miscigenação de pessoas e culturas, que
faz jus ao significado popular do seu nome: "filho da
mistura". A cidade também é conhecida como Cidade Poema,
pois seu nome foi inspirado no poema Marabá do escritor
Gonçalves Dias.
Os primeiros a
participarem da formação do povoado de Marabá, no final do século
XIX (1892), foram chefes políticos foragidos de guerrilhas que
tinham como palco o norte de Goiás, mais precisamente a cidade de
Boa Vista.
O pioneiro Carlos
Gomes Leitão, acompanhado de seus familiares e auxiliares de
trabalho, deslocou-se para o sudeste do Pará, estabelecendo seu
primeiro acampamento em localidade situada em terras margeadas pela
confluência dos rios Tocantins e Itacaiúnas. Fixando-se em
definitivo, depois de um ano de observações, na margem esquerda do
Tocantins, cerca de 10km rio abaixo do outro acampamento, em local a
que denominou Burgo. Do ponto em que se instalara começou a abrir
caminho mata a dentro a procura de campos naturais que servissem para
criação de bovinos. Em uma dessas incursões, um de seus
trabalhadores desferiu um tiro casual em certa árvore ate então
desconhecida, cujo tiro fê-la derramar em abundancia um liquido
leitoso, que, certo tempo após tocar o solo, coagulou-se
espontaneamente. Em 1894, o imigrante goiano segui para a capital da
província para ter reunião com o então presidente do Grão-Pará,
José Paes de Carvalho, a quem solicitou colaboração, visto a
necessidade de se colonizar o Sul da província, tendo sido
contemplado com 6 contos de reis em dinheiro e estoque de
medicamentos que seriam particularmente empregados no combate à
malária e outras doenças tropicais. Feliz por ter conseguido seu
intento de ajuda e por terem os testes do leite vegetal endurecido
comprovado que se tratara de legítima borracha de caucho, Leitão,
de volta ao Burgo, difundiu a informação a todos da pequena
colônia. No ano seguinte começavam a chegar as primeiras levas de
pessoal para extração do caucho.
Residente na
maranhense cidade de Grajaú, o comerciante Francisco
Coelho, ao visitar em 1898 os locais de extração do caucho,
se impressionou com o volume de dinheiro que já circulava entre as
mãos dos patrões e extratores, bem como tomou conhecimento das
queixas quanto a inexistência de estabelecimentos comerciais que
fornecessem gêneros alimentícios de primeira necessidade e em
quantidades suficientes. Coelho retornou a Grajaú e tão logo
providenciou a transferência de seu comercio para a foz do
Itacaiúnas, onde à frente de sua nova loja levantou uma placa onde
lia-se "Casa Marabá". Reforçou seu estoque com
mercadorias imprescindíveis e, por tanto, vendáveis. em 1899,
quando o empreendimento de Francisco Coelho já se beneficiava de do
grande movimento advindo da exploração da goma elástica no vale do
Itacaiúnas, novas legiões de patrões e extratores de caucho
chegavam para se somar ao já grande contingente envolvido naquela
atividade, entre os quais citemos: Raimundo Maravilha, Capitão da
Guarda Nacional e piauiense de Floriano, que levantou seu barracão
no local por ele batizado de Seco Grande; Messias José de Souza,
Coronel da mesma Guarda e maranhense de Carolina, que se estabeleceu
em terras que alcunhou de Quindangues; Major Cândido Raposo,
maranhense de Pastos Bons; Major Quirino de Souza, baiano de Ilhéus;
Coronel Antônio da Rocha Maia, de
Carolina; os irmãos Afro e Antonio Sampaio, Pedro e Melquíades
Fontenele, de Grajaú; Coronel Atanázio Gomes Leitão, sobrinho do
pioneiro e, como ele, goiano de Boa Vista.
Em 18 de setembro de
1904 apareceu ao próspero comerciante, quando este se achava em
plena atividade, um caucheiro oferecendo um rifle 44 usado, já que
lhe era habitual adquirir armas de fogo de segunda mão. Querendo
testar a qualidade do engenho, Coelho,ao manobrá-lo, atingiu
acidentalmente o dedo maior de seu pé direito, de onde se disseminou
uma infecção. Passados nove dias de penosas tentativas de cura,
veio a falecer em 26 de setembro ante a ação fulminante da
infecção, acontecimento que deixou a grande maioria dos moradores,
que o tinham em grande estima, intensamente surpresa e penalizada.
Durante o restante
da década era cada vez mais crescente o número de caucheiros em
Marabá e regiões vizinhas. Tendo o vilarejo ocupado uma posição
econômica de destaque e contando já com cerca de 1500 habitantes.
Eram também constantes os conflitos com nativos (índios) da região
à medida que os caucheiros iam adentrando a selva amazônica a
procura de novas reservas.
Diversas e
sucessivas reuniões das lideranças da futura “capital da
castanha” foram realizadas para se cogitar o seu desmembramento de
São João e Baião e sua emancipação administrativa, nas quais
estiveram presentes Alfredo Monção, Antônio da Rocha Maia, João
Abade, Martim Mota da Silveira e outros.
Não obstante
tivesse apoio da população, a iniciativa, num primeiro momento, foi
rechaçada pelo Governo do Pará. Entrementes, porém, o advogado
provisionado João Parsondas de Carvalho, após rápida passagem por
Marabá, retornava à Goiás sugerindo aos seus governantes que o
povoado paraense fosse anexado àquele Estado.
Não foi outra a
razão que motivou a edição, pelo Governador Enéas Martins, em 27
de fevereiro de 1913, da Lei Nº. 1278, que criou o Municio de
Marabá, mal tinha aquela autoridade tomado posse de seu cargo, o que
ocorreu no dia primeiro do mencionado mês.
O evento formal que
simbolizou a instalação do município, contudo, aconteceu no dia 5
de abril daquele ano, conforme consta na Ata lavrada naquela data
pelo Tenente Raymundo Nonato Gaspar, Secretário da Solenidade.
O primeiro
Intendente Municipal, cargo à época correspondente ao de prefeito,
foi o Coronel Antonio da Rocha Maia, escolhido e nomeado na data de
cerimônia de instalação.
Muito embora
constituísse a sede do recém-criado Município, Marabá permaneceu
na condição de Vila por mais de 10 anos, tendo sido alcançada a
categoria de cidade em 27 de outubro de 1924.
Várias transformações socioeconômicas foram verificadas, com
destaque a
energia elétrica, que em 1929 foi inaugurada, e
iluminava a cidade por meio de uma usina à lenha. A cidade de Marabá
foi uma das primeiras na Amazônia a dispor deste serviço.
O ano de
1960 marca a primeira mudança no perfil econômico da região. A
construção da rodovia BR-010 (Belém-Brasília) durante o governo
JK diminui a dependência exclusiva que Marabá tinha para com Belém.
As transações comerciais da região começaram a ser feitas também
por Imperatriz. Os guerrilheiros, que chegaram a região a partir de
1962, utilizavam Marabá como base de apoio, se instalando em
vilarejos próximos. O governo militar se atentando a isto, instalou
a partir de 1971 seu centro de operações contraguerrilha em Marabá.
Junto com a montagem do centro contraguerrilha, o governo montou
estruturas logísticas (estradas e aeroportos), e centros de
inteligência em Marabá e em Xambioá. E ainda, como parte do
projeto de inserção das companhias militares entre a população, o
governo trouxe á região assistência social por parte do Estado,
que neste período era muito efêmera em Marabá. A
guerrilha comunista em menor número e mal preparada, foi derrotada
pelas tropas federais, tendo a maioria de seus membros morta ou
capturada. Depois de capturados, os combatentes comunistas eram
trazidos até Marabá, onde eram interrogados e torturados nos
centros de tortura secretos que haviam no município. O mais famoso
dos centros de tortura foi a Casa Azul (hoje sede regional do DNIT).
Mais de cinquenta combatentes comunistas são considerados ainda hoje
como desaparecidos políticos.
A mudança
estrutural maior no entanto, acontece entre 1969 e 1971. Em 1969, com
a abertura da PA-70 (atualmente um trecho da BR-222), Marabá é
ligada à Rodovia Belém-Brasília. A implantação de
infra-estrutura rodoviária fez parte da estratégia do governo
federal de integrar a região ao resto do país. Em 1970 foi criado o
Programa de Integração Nacional (PIN) que, dentre outras medidas,
previa a construção da rodovia Transamazônica, cujo primeiro
trecho foi inaugurado em 1971, juntamente com a criação de um posto
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em
Marabá.
Em 1980 a
cidade é assolada pela maior enchente da sua história, o Rio
Tocantins sobe 17,42 metros. Em consequência disto há uma
reformulação no planejamento, sobre crescimento e expansão urbana
da cidade. Em 1984, entra em funcionamento a Estrada de Ferro
Carajás, e em 1988 dá início aos preparativos para a instalação
de indústrias siderúrgicas, para produção de ferro-gusa, negócio
que veio trazer grandes benefícios econômicos para o município.
Em 1985 Marabá deixa de ser área de Segurança Nacional e na
eleição para prefeito - a primeira eleição direta realizada sob a
égide da Nova República - Hamilton Bezerra (PMDB) derrota Vavá
Mutran (PDS), cessando uma longa hegemonia na política local, da
chamada "oligarquia da castanha". Tal fato aconteceu devido
o apoio de boa parte das lideranças camponesas, do então governador
Jader Barbalho e de movimentos sociais.
Em 1987 ocorreu um conflito que ficou conhecido como o Massacre de
São Bonifácio ou Guerra da Ponte. A peleja ocorreu entre os
garimpeiros de Serra Pelada e a Polícia Militar do Pará com o
auxílio do Exército Brasileiro. A manifestação que gerou o
massacre, bloqueou o acesso à Ponte Mista de Marabá e pedia a
reabertura de Serra Pelada com o rebaixamento da cava do garimpo. O
governo informou inicialmente que duas pessoas morreram, depois
acresceu esse número para nove, contudo há registros que constam
que houve setenta e nove (79) garimpeiros desaparecidos em
decorrência do conflito, no entanto, por parte das tropas da Polícia
e do Exército não houve registros de baixas. Tal episódio tem
características muito semelhantes aos do Massacre de Eldorado dos
Carajás, em 1996, contudo este ocorreu nove anos antes, na ponte
sobre o Rio Tocantins.
Em 5 de abril de 1990 é promulgada a Lei Orgânica do município de
Marabá. A população do município aumentou significativamente
durante a década de 1990, e em meados de 1998 o número de
habitantes fixos alcançava 157.884, no ano seguinte, a cidade, se
firma como a sede de grandes eventos de repercussão nacional.
Em consequência de diversas reformas no campo econômico o
município, durante os anos de 1998 até 2010, recebeu uma grande
massa de investimentos, que culminou no fato da cidade ter se tornado
um pólo industrial metal-mecânico. A população atual está em
torno de 238.708 habitantes, segundo as estimativas oficiais, e o
crescimento desses números é inevitável, já que a cidade está em
processo de desenvolvimento acelerado e recebe muitas pessoas vindas
de outras localidades.
Entre as décadas de 1990 e 2000, o município de Marabá e sua
região de entorno ficam conhecidos por seus crimes relacionados á
questão latifundiária. Neste período há uma explosão
demográfica muito grande nesta região, causada principalmente pela
grande demanda de mão-de-obra, não acompanhadas de políticas
estatais de contenção demográfica e qualificação do trabalhador.
A mão-de-obra não-qualificada acabava sendo deslocada para a zona
rural, que aliada as questões de irregularidades fundiárias
existentes desde a década de 1970, acabavam por aumentar as tensões
no meio rural. Tais tensões no campo culminaram em assassinatos de
sindicalistas, camponeses, líderes religiosos e políticos.
Em 2011, Marabá participou ativamente com todo o sudeste paraense da
consulta plebiscitária que definiu sobre a divisão do estado do
Pará. Marabá se firmou durante o processo como o centro de
discussões na região sobre o projeto de divisão, por ser a virtual
candidata a ser capital do estado do Carajás. A consulta
plebiscitária ocorreu no dia 11 de dezembro de 2011, tendo em
Marabá, 93,26% dos votos foram favoráveis à criação de Carajás
e 92,93% a favor da criação de Tapajós (proposta de unidade
federativa).
retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Marab%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marab%C3%A1
http://www.seplan.maraba.pa.gov.br/index.php/cbeceby
http://www.achetudoeregiao.com.br/pa/maraba/historia.htm
http://www.achetudoeregiao.com.br/pa/maraba/historia.htm
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