O
folclore é uma das manifestações mais ricas da cultura popular.
As
músicas, as danças, as lendas e os mitos do Pará dão ao turista a
idéia perfeita da magia amazônica e da força vibrante das raízes
culturais do homem da região.
Os
grupos folclóricos mostram coreografias diferentes e roupas
coloridas típicas, que dão um toque de originalidade aos dançarinos
e tocadores. Os ritmos envolventes e as danças do carimbó, siriá e
lundu seduzem até o turista mais comportado.
Durante
o ano todo é possível assistir e participar dessas festas
populares, como o Boi-bumbá, a Marujada e o Çairé. Todos esses
espetáculos, com muita música e dança, são marcados pela
tradição, pela alegria e pelo orgulho de ser paraense.
CAIPORA
No
mato este habitante morador é um pequeno indígena que usa uma
tanga, doido por cachaça e apaixonado pelo fumo, usa um cachimbo,
sua aparência assemelha-se ao Curupira, tendo os pés normais, este
é protetor dos animais e da floresta. Consiste sua atividade maior
em espantar os animais para não morrer na mão do caçador e este
quando encontra um caçador no mato procura andar sem rumo para que o
caçador fique perdido na floresta e não encontre o caminho de volta
para casa. Este pequeno índio muito ligeiro, possui o corpo cheio de
pêlos, daí a razão do caçador não conseguir alcança-lo, andando
sempre montado em um porco e na floresta galopando velozmente
procurando cumprir sua missão. O Caipora emite um som estridente
causando arrepios e pavor a todos os que o escutam. Em algumas
regiões do Brasil o Caipora é conhecido como o Curupira.
Este
gênio da floresta da mitologia do tupi muito ágil e fumante procura
deixar as pessoas infelizes nos negócios daí a expressão
nordestina Caipora, quer dizer falta de sorte. Este ligeiro
menino que possui os olhos de brasa, e costuma cavalgar em um porco.
É um caboclinho encantado, habitante da floresta e costuma
ressuscitar os animais mortos sem sua permissão, este mito
tupi-guarani é muito antigo no Brasil. O Caipora costuma fugir da
claridade e é um gênio da floresta, costuma envolver o homem de
maneira perigosa preservando a flora e a fauna.
COBRA
GRANDE
Réptil
repugnante que atemoriza o homem desde sempre, na ficção e na vida
real, a cobra não poderia deixar de inspirar no Brasil esse monstro
amazônico: A “Cobra Grande”, também chamada ~Boiúna~.
Gigantesca,
de olhos que semelham enormes faróis, ela faz naufragar até mesmo
grandes embarcações, devorando, após, a tripulação e os
passageiros.
Na
capital paraense, informa-nos Walcyr Monteiro, existe a crença de
que essa cidade foi fundada sobre a casa de uma enorme cobra: “Se
a Cobra Grande se mexe, Belém estremece”. “Se a Cobra Grande
sair de seu lugar, Belém vai se afundar”(“Visagens
e Assombrações de Belém”).
COBRA
NORATO
Engravidada
pela Cobra Grande, uma índia deu a luz dois bebês encantados, que
não tinham forma humana. Atirou-os no rio, a conselho do pajé.
Eram
Cobra Norato (ou Honorato) e Maria Caninana. Esta era má, virara
embarcações, matava náufragos e animais. Norato era bondoso e
sempre procurava interceptar as maldades da irmã.
Certa
feita, num duelo para salvar uma vítima da Maria Caninana, acabou
matando esta última.
Assim,
graças ä sua bondade, Norato adquiriu o dom de poder desencantar-se
durante à noite, tornando-se homem bonito, simpático e elegante.
Nas
ocasiões de festa nos povoados ribeirinhos, Norato deixava seu couro
de serpente e ia bailar com as moças.
Ao
amanhecer, porém, retomava a forma de serpente.
Para
quebrar definitivamente o encanto era preciso que se dessem pancadas
com ferro virgem na cabeça da cobra, derramando-se-lhe, após, a
boca, três gotas de leite materno.
Mas,
ao ver a cobra, todos perdiam a coragem, até que um soldado
impávido, com quem Norato fizera amizade, conseguiu quebrar esse
encanto, libertando o amigo.
(Do
norte do Brasil, especialmente do Pará).
CUCA
Mulher
velha e feia, espécie de bruxa, tal qual é está descrita nos
contos de fadas.
Bicho-papão
feminino mencionado para se assustar crianças.
“Velha
feia e esfarrapada que vive a intrigar os casais, despertando-lhes o
“ciúme”, sempre acompanhada de “sapos, lacraus, cobras e
aranhas venenosas”,
na descrição da folclorista Gilda Helena em “Lendas da Nossa
Terra”.
É
muito citada em acalantos:
“Dorme,
nenê, que a Cuca vem pegar, papai foi na roça, mamãe foi
trabalhar. Bicho-papão, sai de cima do telhado, deixa o nenê dormir
sossegado”.
É
válido lembrar que a Cuca foi muito popularizada na série de
televisão “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, baseada na obra de
Monteiro Lobato, na qual, aliás, se verifica a citação de muitos
dos nossos mitos, a exemplo do Saci, do Boitatá, da Mula-sem-cabeça,
do Lobisomem, etc. Na aludida série, tal como nas ilustrações de
livros do consagrado autor, a Cuca era apresentada como uma jacaroa
bípede e falante, feiticeira poderosa, cercada de bichos
peçonhentos. Dada a fora da propagação televisiva, quando se fala
em Cuca, a imagem que se nos afigura é a da jacaroa da referida
série.
CURAGANGA
Tal qual ocorre com o Lobisomem, a Curaganga ou Cumanganga, é no que se torna a sétima filha de um casal. É uma errante cabeça de fogo, em forma de bola.
Tal qual ocorre com o Lobisomem, a Curaganga ou Cumanganga, é no que se torna a sétima filha de um casal. É uma errante cabeça de fogo, em forma de bola.
Nas
horas mortas, a cabeça da portadora desse mal separa-se-lhe do corpo
e sai em chamas a vagar pelas matas. Apavora os que a encontram. Às
vezes ataca a dentadas.
É
chamada Curacanga, no Maranhão, e Cumacanga, no Pará.
Basílio
de Magalhães (“Folclore no Brasil”) nos informa que para evitar
esse horrível fadário “’e tomar a mãe a filha mais velha para
madrinha da ultimogênita.
CURUPIRA
De
procedência tupi-guarani (de curu, curruptela de curumim + pira,
corpo = corpo de menino), o Curupira tem ligações originárias com
o homem primitivo e atributos heróicos na proteção da fauna e da
flora.
Ele
tem como principal característica a direção contrária dos pés em
relação ao próprio corpo, o que constitui um artifício natural
para despistar os caçadores, colocando-nos numa perseguição a
falsos rastros.
Possui
extraordinários poderes e é implacável com os caçadores que matam
pelo puro prazer de faze-lo; quando estes não acabam mortos, ficam
loucos.
Dizem
também que quando os caçadores não acertam seu alvo ou quando se
perdem na mata, é certo que foi uma intervenção do Curupira.
É
descrito de várias maneiras: como um curumim, um duende, um anão,
um caboclinho, dentes verdes, cabelos vermelhos, mas sempre com os
pés contrário (calcanhares para a frente).
Existem,
no entanto, variantes que divergem dessas idéias, em que o Curupira
é um ser medonho e perverso. “O demônio das Florestas”. Mas
sobrelevam as lendas que fazem dele o protetor das matas.
IARA
Outra
celebridade nacional, a Iara é apresentada como uma esplêndida
sereia das águas amazônicas (mulher cujo corpo, da cintura para
baixo é uma cauda de peixe) linda, de pele alva, olhos verdes e
cabelos cor de ouro. Seu canto, de uma encantadora voz, enfeitiça e
atrai índios e pescadores enamorados que, sem a menor possibilidade
de lhe resistirem, mergulham nos rios e são por ela arrastados para
o fundo das águas. Nem seus corpos são encontrados.
Deve-se
fechar os olhos e tapar os ouvidos assim que se notar a presença da
Iara nos rios e lagos. Um talismã feito com escama de boto vermelho
também pode livrar seu portador da sedução da Iara.
No
entanto, nem toda as narrativas sobre a Iara retratam-na dessa forma.
Em algumas, há finais felizes, como essa registrada por Theobaldo
Miranda dos Santos em “Lendas e Mitos do Brasil”, na qual o índio
Jaraguari desaparecera depois de mergulhar num rio encantado pela
linda sereia. Foi ele posteriormente visto abraçado com ela a
namorar.
“Tia
Regina”, em “Histórias e Lendas do Brasil”, conta uma versão
semelhante, na qual a Iara vive um forte romance com o índio
Jaraguari e acaba por leva-lo para viver com ela em seus palácios
subaquáticos. Seus poderes sobrenaturais mantê-lo-iam vivo debaixo
d’água.
Outras
lendas falam de índios que com a Iara mantinham relacionamentos
amorosos, a exemplo de Inaiê:
“Diziam-no manorado da Iara, pois desprezava as belas cunhantãs, que lhe ofereciam seu amor” (Gilda Helena em “Lendas da Nossa Terra”).
“Diziam-no manorado da Iara, pois desprezava as belas cunhantãs, que lhe ofereciam seu amor” (Gilda Helena em “Lendas da Nossa Terra”).
Luiz
Caldas Tibiriçá, em “Contos e Lendas Brasileiras”, narra até
um casamento da Mãe D’Água com um índio no conto “O Marido da
Mãe D’Água”.
Domingos
Vieira Filho, em “Folclore do Maranhão”, ao falar da lenda da
Praio do Olho-d’água, cujas nascentes de água teriam se originado
das lágrimas de uma índia que perdera o seu amor para a linda
sereia, relata:
“Sucede
que pelo mesmo índio se apaixonara a mãe-d’água. Um belo dia, a
iara traiçoeira empolga o rapaz e o leva para o fundo das águas,
deixando o cunhatã alucinada de dor”.
Pescadores,
que garantem que ela existe, costumam contar que já houve casos de
se fisgarem chumaços de cabelos louros com mais de um metro de
comprimento.
Obs:
A Iara ou Uiara é também comumente chamada “Mãe d’Água”,
mas preferimos a denominação Iara, tendo em vista que quando se
fala em “Mãe d’Água”, nas inúmeras lendas, há outros
aspectos além da sensualidade e da sedução (as grandes marcas
desse mito), enquanto que tais características representam o cerne
das descrições narrativas se o nome mencionado for Iara
Fonte:
http://www.cdpara.pa.gov.br/folclore.php
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