Os contos
fazem parte do imaginário popular paraense. Em Belém são
assimilados pelas crianças nas escolas. Mas no interior do Estado,
onde o misticismo é mais arraigado, ganham força. São contados nas
portas das casas, durante os encontros noturnos, e chegam a assombrar
ou provocar respeito em mitos lendários.
Segundo o
dicionário, conto quer dizer aquilo tudo que é colhido da boca do
povo. São mitos, lendas, superstições, crendices, busões, tabus,
fábulas, estórias, causos (fatos reais enfeitados pela fantasia do
contador que em geral é o protagonista da façanha), provérbios,
adivinhas, xingamentos, pragas e esconjuros. Os contos podem ser
ainda réplicas, frases feitas (feio como a justiça em casa de
pobre), travalingua (quem a paca paga, cara a cara a paca pagará) ou
anedotas.
A
LENDA DO CURUPIRA
Dos
duendes da floresta o mais endiabrado e mais famosa figura, esta
temida por todos os caboclos da região amazônica e muito conhecido
como o guardião da floresta e protetor da fauna e da flora,
apresenta-se em geral sob a forma de um menino de cabelos vermelhos,
de pés virados para trás, muitos pêlos por todo o corpo e privado
de órgãos sexuais, este menino costuma castigar severamente os
predadores e caçadores da floresta; principalmente aqueles que caçam
por esporte e não por necessidade.
Este
menino chamado de Curupira pode se apresentar sob forma de qualquer
animal e dificilmente o caçador irá conseguir acertar um tiro. E
misteriosamente sem que a pessoa perceba, ele desaparece e ninguém
consegue explicar seu paradeiro.
O
seu mais conhecido castigo aplicado aos caçadores e predadores da
floresta é fazê-los perder-se na floresta e não conseguir
encontrar o caminho de volta para casa.
Este
menino travesso acredita-se que ele consegue se esconder nos
minúsculos e pequenos troncos de árvores da floresta.
O
curupira costuma a se vingar daqueles que afrontam a natureza e
principalmente do caçador que mata um animal fêmea com cria, o
curupira fica zangado e faz com que a pretensa caça vire meriãs e
de repente, porta-se como se gente fosse, e fazendo gestos como a
implorar piedade, neste momento, o caçador fica assombrado, não
consegue mais fazer pontaria e foge apavorado, procurando o rumo da
casa e depois procura um pajé para fazer uma reza e afastar a
assombração da vida do caçador ou seja em tempos atuais, o
curupira é uma entidade ecologicamente correta.
A LENDA DO BOTO
Este
o mais famoso e conhecido, também é chamado Uauiara. Foi
confiado a ele a sorte dos peixes. Conta a lenda que o Boto, peixe
encontrado nos rios da Amazônia, se transforma de noite num elegante
e belo rapaz, o Boto ou Uauiara se transforma deixando de ser animal
e sai das águas para conquistar as moças. Hoje nos interiores do
Pará todas as pessoas gostam de contar ou narrar aos visitantes que
chegam uma série de histórias extravagantes e grotescas em que as
moças da cidade ou simplesmente próximo aos rios e igarapés que
não resistem a simpatia e beleza, e caem de amor por ele. O Boto é
considerado como o protetor das mulheres, e quando ocorre algum
naufrágio em uma embarcação o Boto se manifesta e procura salvar a
vida das mulheres, procurando empurrá-las para as margens do rio. As
eternas e melancólicas histórias em que figura como herói o Boto é
considerado como grande amador de nossas índias e elas alegam que
seu primeiro filho e com muita certeza é dele, dando crédito a este
Deus que transformado na figura de mortal seduziu e arrebatou para
debaixo d’água, onde a infeliz foi forçada a fazer sexo com ele,
estas mulheres caboclas ou índias conquistadas as margens dos rios
quando vão banhar-se, ou nas festas realizadas no interior ou
próximas dos rios. Nas noites de luar muitas vezes o lago se ilumina
e se ouvem as cantigas da festa dele, dando cregam que seu primeiro
filho e com muita certeza curando empurrafmomentoador que mata um
animal fr acertar um tir de danças com que o Boto se diverte, este
vai ao baile e dança alegremente com a moça a que pretende
conquistar. Envolve-se com ela com bonitos galanteios e as
pobrezinhas de nada desconfiam e só depois de apaixonadas as moças
ficam grávidas e ao Boto, este galante rapaz, é atribuído a
paternidade dos filhos das mães solteiras. Este lendário é
conhecido peixe, anda sempre de chapéu, e dizem que sua cabeça
exala um cheiro forte de peixe, tendo ele um chapéu para cobrir o
buraco que há em sua cabeça.
Quando
ele chega à festa é desconhecido de todos, mas vai logo
conquistando a moça mais bonita e com ela dança a noite inteira,
mas antes que o dia amanheça e sem ninguém perceber, pois precisa
voltar rapidamente para o rio antes que o encanto termine. O Boto é
a figura popular das águas e do folclore da região amazônica e sua
aparência é de um golfinho.
Os
órgãos sexuais quer do Boto, quer da sua fêmea, são muito
utilizados em feitiçaria, visando a conquista ou domínio do ente
amado. Porém o mais utilizado do mesmo é o olho do Boto, que é
considerado amuleto do mais forte na arte do amor e sorte.
Dizem
mesmo que, segurando na mão um amuleto feito de olho de Boto tem que
ter cuidado para quem olhar, pois o efeito é fulminante: pode atrair
até mesmo pessoas do mesmo sexo, que ficam apaixonadas pelo
possuidor do olho de Boto, sendo difícil de desfazer o efeito...
Conta-se
algumas histórias em que maridos desconfiados de que alguém estava
tentando conquistar suas mulheres armaram uma cilada para pegar o
conquistador. A cilada geralmente acontece à noite, aonde o marido
vai a luta com o seu rival, mesmo ferido, consegue fugir e atirar-se
n’água. No dia seguinte, para a surpresa do marido e demais
pessoas que acompanharam a luta, o cadáver aparece na beira d’água
com o ferimento da faca, ou de tiros, ou ainda com o arpão cravado
no corpo, conforme a arma utilizada, não de um homem, mas pura e
simplesmente um Boto.
A
LENDA DA COBRA-GRANDE
Conhecida
como demônio das profundezas das águas, a este monstro os índios
dão o nome de Paranamaia que quer dizer Parana=rio e
maia=mãe.
Esta
é uma das lendas mais conhecidas da região amazônica, esta lenda
conta que uma índia de uma tribo indígena da região amazônica,
chamada de Zelina e que estava trabalhando na beira do rio, sentiu
uma dor no ventre, conta a lenda que esta índia foi engravidada pela
Sucuri e que deu a luz as margens de um rio a um casal de gêmeos que
eram na verdade duas cobras: seu primeiro desejo foi de matá-las,
mas procurou buscar conselho com o velho pajé que mandou jogá-las
no rio e no rio foram criadas, e algum tempo depois chamados de
Honorato e Maria Caninana, o primeiro chamado de Honorato não
causava mal nenhum, mas sua irmão Maria Caninana era muito perversa
e quando visitavam sua mãe Zelina, Caninana era a mais preferida,
que de tantas maldades praticadas, seu irmão Honorato não aprovando
mais as maldades praticadas de sua irmã pôs fim às suas
perversidades e acabou com Maria Caninana tirando sua vida.
Em
Barcarena existe um lugar conhecido como buraco da cobra grande que é
atração turística do município como em outros povoados e vilas,
existe a crença de que as mesmas estão situadas sobre a morada de
uma cobra grande, conta a lenda que em Belém, quando foi fundada
estaria sobre a casa de uma enorme cobra-grande... E daí ocorre se a
cobra-grande se mexe Belém estremece e se a cobra-grande sair de seu
lugar Belém irá afundar com todos os seus habitantes.
Estudos
mais aprofundados no assunto, contam que a tal lenda nasceu dos
primeiros missionários, que ao chegar a Belém e ouvir falar da tal
cobra-grande, resolveram esmagar colocando-lhe a cabeça justamente
sob os pés de Nossa Senhora a Virgem Maria, segundo a lenda a
cobra-grande que aqui foi esmagada tem a sua cabeça debaixo do altar
mor da Catedral da Sé e a sua calda sob o altar da Basílica. Afinal
os missionários que aqui chegaram tiveram que adaptar a cultura
local, queriam conquistar novos crentes, tiveram que personificar a
boiúna dos indígenas esmagando-lhe a cabeça e a colocando sob o
altar, a Catedral da Sé, simbolizando com isso um sinal muito
parecido a virgem esmagando a serpente que era a encarnação do
demônio.
De
qualquer forma o átrio que inicia na catedral e termina na basílica
de Nazaré tem a crença ligada, que nos mostra ser muito simbólica
a comparação com a lenda da cobra-grande, que na madrugada de 12 de
janeiro de 1970 quando ocorreu um tremor de terra, muitos disseram
que a cobra-grande estava se mexendo e quando ela sair do seu
repouso, Belém e seus habitantes serão tragados pelas águas da
Baía do Guajará. Lenda ou não, o Círio de Nazaré é uma serpente
humana, uma realidade formada por mais de 2 milhões de pessoas, que
se curvaram e põe-se aos pés da virgem a padroeira dos Paraenses e
esta é a lenda Paraense mais conhecida da cobra-grande. Porém há
história de pescador que no arquipélago do Marajó uma enorme cobra
grande que costuma virar embarcações de considerável porte,
comendo ou levando para o fundo dos rios os passageiros, muito temida
pelos ribeirinhos, e principalmente pelos rios regionais, esta boiúna
que na palavra tupi quer dizer cobra
negra tem
os olhos como dois faróis, que na verdade é o forte mito desta
extraordinária cobra, por isto mesmo chamada de cobra-grande.
A LENDA DO BOITATÁ
O
Boitatá é o protetor dos campos iluminando a noite, conhecido como
a cobra de fogo, possui os olhos grandes e furados e sua figura
assusta as pessoas e os animais. E é contra os que incendeiam as
florestas. Esta serpente de fogo reside na água e é muito temido,
muitas vezes aparece nos campos sob a forma de um fantasma
transparente e branco tornando-se mais assustador quando ilumina os
campos com sua própria luz, assustando as pessoas e os animais. O
Boitatá quando morre, acredita-se que ele libere toda a luz de seu
corpo que levada pelo vento espalha-se pela região onde ele
habitava.
A LENDA DA CAIPORA
No
mato este habitante morador é um pequeno indígena que usa uma
tanga, doido por cachaça e apaixonado pelo fumo, usa um cachimbo,
sua aparência assemelha-se ao Curupira, tendo os pés normais, este
é protetor dos animais e da floresta. Consiste sua atividade maior
em espantar os animais para não morrer na mão do caçador e este
quando encontra um caçador no mato procura andar sem rumo para que o
caçador fique perdido na floresta e não encontre o caminho de volta
para casa. Este pequeno índio muito ligeiro, possui o corpo cheio de
pêlos, daí a razão do caçador não conseguir alcança-lo, andando
sempre montado em um porco e na floresta galopando velozmente
procurando cumprir sua missão. O Caipora emite um som estridente
causando arrepios e pavor a todos os que o escutam. Em algumas
regiões do Brasil o Caipora é conhecido como o Curupira.
Este
gênio da floresta da mitologia do tupi muito ágil e fumante procura
deixar as pessoas infelizes nos negócios daí a expressão
nordestina Caipora, quer dizer falta de sorte. Este ligeiro
menino que possui os olhos de brasa, e costuma cavalgar em um porco.
É um caboclinho encantado, habitante da floresta e costuma
ressuscitar os animais mortos sem sua permissão, este mito
tupi-guarani é muito antigo no Brasil. O Caipora costuma fugir da
claridade e é um gênio da floresta, costuma envolver o homem de
maneira perigosa preservando a flora e a fauna.
A
LENDA DO SACI-PERERÊ
O
Saci Pererê é um menino travesso de cor negra que possui uma perna,
na cabeça usa uma carapuça ou gorro vermelho e fica o tempo todo
fumando cachimbo, costuma correr atrás dos animais para
afugentá-los, gosta de montar em cavalos e dar nó em suas crinas. O
Saci Pererê pode também aparecer e desaparecer misteriosamente, é
muito irrequieto e não para um instante sequer pois fica pulando em
sua única perna de um lugar para outro e toda vez que apronta as
suas travessuras, ele dá risadas alegres e agudas e gosta de
assobiar principalmente quando não existe as noites de luar. O Saci
Pererê é uma das lendas mais conhecidas em todo o Brasil e a ele é
atribuída as coisas que dão errado, entra nas casas, apaga o fogo,
faz queimar as comidas das panelas, seca a água das vasilhas, dá
muito trabalho às pessoas escondendo os objetos que dificilmente irá
ser encontrado novamente. Dizem que ele veio do meio do redemoinho e
para espantá-lo as pessoas atiram uma faca no redemoinho que ele vai
embora. Embora pertença ao folclore da região sudeste e sul, ele
também foi introduzido ao folclore do norte por ser uma figura muito
popular nesta região do país.
A
LENDA DO AÇAÍ
Há
muito tempo atrás, quando ainda não existia a cidade de Belém,
vivia neste local uma tribo indígena muito numerosa.
Como
os alimentos eram escassos, tornava-se muito difícil conseguir
comida para todos os índios da tribo. Então o cacique Itaki tomou
uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele dia todas as
crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento
populacional de sua tribo.
Até
que um dia a filha do cacique, chamada IAÇÃ, deu à luz uma bonita
menina, que também teve de ser sacrificada.
IAÇÃ
ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades de sua
filhinha. Ficou vários dias enclausurada em sua tenda e pediu à
Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem
o sacrifício das crianças.
Certa
noite de lua IAÇÃ ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta
de sua oca e viu sua linda filhinha sorridente, ao pé de uma esbelta
palmeira. Inicialmente ficou estática, mas logo depois, lançou-se
em direção à filha, abraçando - a . Porém misteriosamente sua
filha desapareceu.
IAÇÃ,
inconsolável, chorou muito até desfalecer. No dia seguinte seu
corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto
trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos negros fitavam o
alto da palmeira, que estava carregada de frutinhos escuros.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos em alguidar de madeira, obtendo um vinho avermelhado que batizou de AÇAÍ, em homenagem a sua filha (IAÇÃ invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu sua ordem de sacrificar as crianças.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos em alguidar de madeira, obtendo um vinho avermelhado que batizou de AÇAÍ, em homenagem a sua filha (IAÇÃ invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu sua ordem de sacrificar as crianças.
A
LENDA DO GUARANÁ
Em
uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho,
muito bom, alegre e saudável. Era muito querido por todos de sua
aldeia, o que levava a crer que no futuro seria um grande chefe
guerreiro.
Isto
fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse muita inveja do menino.
Por isso resolveu matá-lo. Então, Jurupari transformou-se em uma
enorme serpente e, enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo
frutinhas na floresta, ela atacou e matou a pobre criança.
Seus
pais, que de nada desconfiavam, esperaram em vão pela volta do
indiozinho, até que o sol foi embora. Veio a noite e a lua começou
a brilhar no céu, iluminando toda a floresta. Seus pais já
estavam desesperados com a demora do menino. Então toda a tribo se
reuniu para procurá-lo.
Quando
o encontraram morto na floresta, uma grande tristeza tomou conta da
tribo. Ninguém conseguia conter as lágrimas. Neste exato momento
uma grande tempestade caiu sobre a floresta e um raio veio atingir
bem perto do corpo do menino.
Todos
ficaram muito assustados. A índia-mãe disse: "...É Tupã que
se compadece de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para
que nasça uma fruteira, que será nossa felicidade".
Assim foi feito. Os índios plantaram os olhinhos da criança imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão.
Assim foi feito. Os índios plantaram os olhinhos da criança imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão.
Alguns
dias se passaram e no local nasceu uma plantinha que os índios ainda
não conheciam. Era o Guaranazeiro. É por isso que os frutos do
guaraná são sementes negras rodeadas por uma película branca,
muito semelhante a um olho humano.
A
LENDA DA MATINTA PERÊRA
Esta
velhinha que solta um assovio estridente e que dá a impressão de
estar gritando o seu próprio nome, é uma das mais conhecidas da
Amazônia. A Matinta Perêra conhecida como a velha do vestido preto
e que tem os cabelos caídos no rosto, e tem hábitos noturnos,
principalmente nas noites sem luar, causando um verdadeiro pavor às
pessoas. Esta horrível velhinha aparece em diferentes e diversas
formas, podendo aparecer em forma de porco, cavalo, pato, pássaro e
galinha. Na manhã seguinte a primeira pessoa que chegar a sua casa
pedindo tabaco e uma xícara de café, esta é a velha matinta
perêra. O mito matinta perêra pode ser de dois tipos, com asa e sem
asa, a que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas
cercanias do lugarr onde mora; a que não tem, anda sempre com um
pássaro, considerado agourento, identificado como rasga-mortalha.
Dizem que a matinta perêra está para morrer, pergunta: - Quem quer?
Quem quer?
E
se alguém mais afoito, principalmente mulher, disser: “Eu quero!”,
pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóia, recebe
na verdade, “a sina de virar” matinta perêrta.
Há
uma fórmula mágica que permite “prender” a matinta perêra. Uma
delas exige uma tesoura virgem, uma chave e um terço. Cerca de
meia-noite deve-se abrir a tesoura e enterrar na área, colocar no
meio a chave e por cima o terço. Após, reza-se orações especiais,
a matinta perêra ficará presa ao local não conseguindo
afastar-se...
Matinta
perêra
Papa
terra já morreu
Quem
te governa sou eu.
Acredita-se
que a matinta perêra possui poderes sobrenaturais, causando
prejuízos, é capaz de lançar feitiço em suas vítimas,
principalmente em se tratando de saúde, causando fortes dores de
cabeça e podendo até mesmo levá-las a morte. Mas é muito fácil
descobrir quem é a velha matinta perêra: ao ouvir o seu assovio
convide-a para ir na sua casa e ofereça tabaco e café pela manhã e
com certeza ela será a primeira pessoa que vai pedir tabaco e café
na manhã seguinte.
A
LENDA DO MUIRAQUITÃ
A
lenda do Muiraquitã é considerada um verdadeiro amuleto da sorte,
que consiste num sapinho feito de pedra ou argila, é geralmente de
cor verde, que era confeccionado em jade. Os indígenas contam a
seguinte lenda: que estes batráquios, que eram confeccionados pelas
índias que habitavam às margens do rio Amazonas. As belas índias
nas noites de luar em que clareava a terra se dirigiam a um lago mais
próximo e mergulhavam em suas águas retirando do fundo do lago
bonitas pedras que modelavam rapidamente e ofereciam aos seus amados,
como um verdadeiro talismã que pendurado ao pescoço levavam para
caça, acreditando que traria boa sorte e felicidade ao guerreiro.
Conta a lenda que até nos dias de hoje muitas pessoas acreditam que
o Muiraquitã trás felicidade e é considerado um amuleto de sorte
para quem o possui. O Muiraquitã apresenta também outras formas de
animais, como jacaré, tartaruga, onça, mas é na forma de sapo a
mais procurada e representada por ser a lenda mais original. As
Icamiabas ofertavam a seus parceiros Guacaris, tribo mais próxima de
nossas Amazonas, após o acasalamento na festa dedicada a Iaci,
entidade considerada mãe do Muiraquitã e que anualmente durava
dias. Conta a lenda, que depois de manterem relações sexuais, as
Icamiabas mergulhavam até o fundo lo lago espelho da lua, nas
proximidades das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam
as índias, nação das legendárias mulheres guerreiras que os
europeus chamavam de amazonas (mulheres sem maridos), para receber de
Iaci o famoso talismã, o qual recebia as bênçãos da divindade. A
lenda diz também, que se dessa união nascessem filhos masculinos,
estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os do sexo
feminino.
A
LENDA DO TAMBA-TAJÁ
Na
tribo Macuxi havia um índio forte e muito inteligente. Um dia ele se
apaixonou por uma bela índia de sua aldeia. Casaram-se logo depois e
viviam muito felizes, até que um dia a índia ficou gravemente
doente e paralítica.
O
índio Macuxi, para não se separar de sua amada, teceu uma tipóia e
amarrou a índia à sua costa, levando-a para todos os lugares em que
andava. Certo dia, porém, o índio sentiu que sua carga estava mais
pesada que o normal e, qual não foi sua tristeza, quando desamarrou
a tipóia e constatou que a sua esposa tão querida estava morta.
O
índio foi à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé.
Enterrou-se
junto com a índia, pois para ele não havia mais razão para
continuar vivendo.
Algumas luas se passaram. Chegou a lua cheia e naquele mesmo local começou a brotar na terra uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a TAMBA-TAJÁ, planta de folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso uma outra folha de tamanho reduzido, cujo formato se assemelha ao órgão genital feminino.
A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi.
O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos.
Se, por exemplo, em uma determinada casa a planta crescer viçosa com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresenta mais de uma folhinha em seu verso, acredita-se então que existe infidelidade entre o casal.
De qualquer modo, vale a pena cultivar em casa um pezinho de TAMBA-TAJÁ.
Algumas luas se passaram. Chegou a lua cheia e naquele mesmo local começou a brotar na terra uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a TAMBA-TAJÁ, planta de folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso uma outra folha de tamanho reduzido, cujo formato se assemelha ao órgão genital feminino.
A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi.
O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos.
Se, por exemplo, em uma determinada casa a planta crescer viçosa com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresenta mais de uma folhinha em seu verso, acredita-se então que existe infidelidade entre o casal.
De qualquer modo, vale a pena cultivar em casa um pezinho de TAMBA-TAJÁ.
A
LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA
Em
uma tribo indígena da Amazônia vivia uma bela índia chamada Naiá.
Ela acreditava que a lua escolhia as moças mais bonitas e as
transformava em estrelas que brilhariam para sempre no firmamento. A
índia Naiá também desejava ser escolhida pela lua para ser
transformada em uma estrela.
Todas
as noites ela saía de sua oca a fim de ser vista pela lua mas, para
sua tristeza, a lua não a chamava para junto de si.
Naiá
já não dormia mais. Passava as noites andando na beira do lago,
tentando despertar a atenção da lua .
Em
uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da
lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la,
se atirou nas águas profundas do lago e morreu afogada.
A
lua, comovida diante do sacrifício da bela jovem, resolveu
transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu.
E ainda resolveu imortalizá-la na terra, transformando-a em uma
delicada flor: a VITÓRIA-RÉGIA (estrela das águas).
Curiosamente
as flores desta planta só abrem durante a noite. É uma flor de
perfume ativo e, suas pétalas, que ao desabrocharem são brancas,
tornam-se rosadas quando os primeiros raios do sol aparecem.
A
LENDA DO UIRAPURU
Um
jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique. Como não
poderia se aproximar dela, pediu à Tupã que o transformasse em um
pássaro.
Tupã
transformou - o em um pássaro vermelho telha, que à noite cantava
para sua amada. Porém foi o cacique que notou seu canto. Ficou tão
fascinado que perseguiu o pássaro para prendê-lo. O
Uirapuru
vôou para a floresta e o cacique se perdeu.
À
noite, o Uirapuru voltou e cantou para sua amada. Canta sempre,
esperando que um dia ela descubra o seu canto e o seu encanto.
É
por isso que o Uirapuru é considerado um amuleto destinado a
proporcionar felicidade nos negócios e no amor.
A
LENDA DA MANDIOCA
Em
uma certa tribo indígena a filha do cacique ficou grávida.
Quando
o cacique soube deste fato ficou muito triste, pois sonhava que a sua
filha iria se casar com um forte e ilustre guerreiro, no entanto, ela
estava esperando um filho de um desconhecido.
À
noite, o cacique sonhou que um homem branco aparecia em sua frente e
dizia para que ele não ficasse triste, pois sua filha não o
enganará, ela continuava sendo pura. A partir deste dia o cacique
voltou a ser alegre e a tratar bem sua filha.
Algumas
luas se passaram e a índia deu a luz a uma linda menina de pele
muito branca e delicada, que recebeu o nome de MANI.
Mani
era uma criança muito inteligente e alegre, sendo muito querida por
todos da tribo. Um dia, em uma manhã ensolarada, Mani não acordou
cedo como de costume. Sua mãe foi acordá-la e a encontrou morta.
A
índia desesperada resolveu enterrá-la dentro da maloca.
Todos
os dias a cova de Mani era regada pelas lágrimas saudosas de sua
mãe.
Um
dia quando a mãe de Mani foi até a cova para regá-la novamente com
suas lágrimas, percebeu que uma bela planta havia nascido naquele
local. Era uma planta totalmente diferente das demais e desconhecida
de todos os índios da floresta. A mãe de Mani começou a cuidar
desta plantinha com todo carinho, até que um dia percebeu que a
terra à sua volta apresentava rachaduras.
A índia imaginou que sua filha estava voltando á vida e, cheia de esperanças, começou a cavar a terra. Em lugar de sua querida filhinha encontrou raízes muito grossas, brancas como o leite, que vieram a tornar-se o alimento principal de todas as tribos indígenas. Em sua homenagem deram o nome de MANDIOCA, que quer dizer Casa de Mani.
A índia imaginou que sua filha estava voltando á vida e, cheia de esperanças, começou a cavar a terra. Em lugar de sua querida filhinha encontrou raízes muito grossas, brancas como o leite, que vieram a tornar-se o alimento principal de todas as tribos indígenas. Em sua homenagem deram o nome de MANDIOCA, que quer dizer Casa de Mani.
A
LENDA DO PEIXE-BOI
Para
explicar a origem do Peixe-Boi os índios contavam uma lenda que
dizia que em uma certa tribo indígena, habitante do vale do Rio
Solimões, no Amazonas, foi realizada uma grande festa da moça nova
e pela ação de Curumi.
O
pajé mandou que a moça nova e o Curumi mergulhassem nas águas do
rio. Quando mergulharam o pajé jogou, em cima de cada um deles, uma
tala de canarana. Quando voltaram à tona já haviam se transformado
em PEIXE-BOI.
A
partir deste casal nasceram todos os outros peixes-boi. É por esse
motivo que eles se alimentam de canarana.
A
LENDA DA LUA
Outra
lenda indígena conta sobre a origem da lua. Manduka namorava sua
irmã. Todas as noites ia deitar com ela, mas não mostrava o rosto e
nem falava, para não ser identificado. A irmã, tentando descobrir
quem era, passou tinta de jenipapo no rosto de
Manduka.
Manduka lavou o rosto porém a marca da tinta não saiu. Então ela descobriu quem era. Ficou com vergonha, muito brava e chorou muito. Manduka também ficou com vergonha pois todos passaram a saber o que ele havia feito.
Manduka lavou o rosto porém a marca da tinta não saiu. Então ela descobriu quem era. Ficou com vergonha, muito brava e chorou muito. Manduka também ficou com vergonha pois todos passaram a saber o que ele havia feito.
Então
Manduka subiu numa árvore que ia até o céu. Depois desceu e foi
dizer aos Jurunas que ia voltar pra árvore e não desceria nunca
mais. Levou uma cotia pra não se sentir muito só. Aí virou lua. E
é por isso que a lua tem manchas escuras, por causa do jenipapo que
a irmã passou em Manduka. No meio da lua costuma aparecer uma cotia
comendo coco. É a outra mancha que a lua tem.
A
LENDA DOS RIOS
A
origem dos rios Xingu e Amazonas também faz parte do imaginário
indígena. Dizem que antigamente era tudo seco. Juruna morava dentro
do mato e não tinha água nem rio. Juriti era a dona da água, que a
guardava em três tambores.
Os
filhos de Cinaã estavam com sede e foram pedir água para o
passarinho, que não deu e disse: "Seu pai é Pajé muito
grande, porque não dá água para vocês?" Aí voltaram para
casa chorando muito. Cinaã perguntou porque estavam chorando e
eles contaram.
Cinaã
disse para eles não irem mais lá que era perigoso, tinha peixe
dentro dos tambores. Mas eles foram assim mesmo e quebraram os
tambores. Quando a água saiu, Juriti virou bicho. Os irmãos pularam
longe, mas o peixe grande que estava lá dentro engoliu Rubiatá (um
dos irmãos) , que ficou com as pernas fora da boca.
Os
outros dois irmãos começaram a correr e foram fazendo rios e
cachoeiras. O peixe grande foi atrás levando água e fazendo o rio
Xingu. Continuaram até chegar no Amazonas. Lá os irmãos pegaram
Rubiatá, que estava morto. Cortaram suas pernas, pegaram o sangue e
sopraram. Rubiatá virou gente novamente. Depois eles sopraram a água
lá no Amazonas e o rio ficou muito largo. Voltaram para casa e
disseram que haviam quebrado os tambores e que teriam água por toda
a vida para beber.
A
LENDA DO SOL
Para
os índios o sol era gente e se chamava KUANDÚ. Kuandú tinha três
filhos: um é o sol que aparece na seca; o outro, mais novo, sai na
chuva e o filho do meio ajuda os outros dois quando estão
cansados.
Há muito tempo um índio Juruna teria comido o pai de KUANDÚ.Por isso este queria se vingar. Uma vez Kuandú estava bravo e foi para o mato pegar coco. Lá encontrou Juruna em uma palmeira inajá. Kuandú disse que ele ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho na cabeça. Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não podia trabalhar na roça e nem pescar. Estava tudo escuro. A mulher de Kuandú mandou o filho sair de casa e ficou claro de novo. Mas só um pouco porque era muito quente para ele. O filho não aguentou e voltou para casa. Escureceu de novo. E assim ficaram os 3 filhos de Kuandú. Entrando e saindo de casa. Portanto, quando é seca e sol forte é o filho mais velho que está fora de casa. Quando é sol mais fraco é o filho mais novo. O filho do meio só aparece quando os irmãos ficam cansados.
Há muito tempo um índio Juruna teria comido o pai de KUANDÚ.Por isso este queria se vingar. Uma vez Kuandú estava bravo e foi para o mato pegar coco. Lá encontrou Juruna em uma palmeira inajá. Kuandú disse que ele ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho na cabeça. Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não podia trabalhar na roça e nem pescar. Estava tudo escuro. A mulher de Kuandú mandou o filho sair de casa e ficou claro de novo. Mas só um pouco porque era muito quente para ele. O filho não aguentou e voltou para casa. Escureceu de novo. E assim ficaram os 3 filhos de Kuandú. Entrando e saindo de casa. Portanto, quando é seca e sol forte é o filho mais velho que está fora de casa. Quando é sol mais fraco é o filho mais novo. O filho do meio só aparece quando os irmãos ficam cansados.
A
LENDA DO MAPINGUARI
É
um fantástico ser da mata. Muito temido entre os caçadores e
caboclos do interior do Estado, o Mapinguari costuma andar pela
floresta emitindo gritos semelhantes aos desses homens. Mas se algum
deles se aproxima, Mapinguari ataca e devora o caçador começando
pela cabeça. Raramente conseguem sobreviver e, quando isso acontece,
geralmente ficam aleijados ou com marcas horríveis pelo corpo.
Mapinguari
tem o corpo todo coberto de pelos, com a aparência de um
enorme macaco. Possui um único olho na testa e uma boca gigantesca
que se estende até a barriga.
A
LENDA DE CEUCI
A
origem desta lenda se dá do cerro das 7 estrelas ou plêiades, em
que os naturais tupís indicavam o nome de variável de: Cincy,
Cincê, Cucê. Com este ingênuo nome, Ceuci filha de Tupã e de
Luaci. Luaci que era conhecida como mãe do céu abaixo do sol, onde
morava na espuma de uma nuvem e ao navegar no espaço aproveitava-se
do sono desta menina caraíba para encorporar-se nela expulsando a
alma, que desde então a seguiu como uma sombra impertinente, queria
a todo transe voltar ao corpo e dormindo ela, esta selvagem menina
recebeu o espírito divino, tornando-a assim a cunha aporanga e mais
ladina da tribo, seus encantos no dia a dia aumentavam cada vez mais,
adquirindo poder de amainar as feras e acalmar os ventos. Certo dia
quando passeava pelo mato, uma lua antes de sua carimã (festa da
puberdade das donzelas), deixou-se tentar por frutos maduros e
sedosos de doçura que eram vedados aos desejos das impúberes, o
sumo escorrendo-lhe pelos seus seios abaixo despertou a fecundação,
os caraíbas ficaram revoltados, embora ela continuasse a garantir
que era virgem e não fora visitada pelo “Yaciteiú”, mas o
conselho da tribo e o alto da “Aharaigichi” exigiam que o
conselho dos velhos se reunisse regido pelo Pajé-assú com a
eminência de resolver o caso. Ceuci risonha e tranqüila resolveu
aparecer, porém suspeitando da mácula gritasse na gravidez. E os
maracás soaram no ar desfazendo os indícios e festejando a
virgindade intacta. Porém, os maiorais para dar exemplos cunhãns
desprevenidas, resolveram desenterrar Ceuci para elevadíssimas.
Itacangas da cerra do “Cunakê”. E assim foi no exílio,
sem culpa, castigada, mas inocente, Ceuci veio dar a luz a Jurupari,
o reformador, o profeta, o silencioso, dos caiuras, inflexível como
um juramento e eterno como símbolo. Aos 10 anos de idade já
assombrava aos seus, pela força de argumentos e mostrando uma
experiência e sabedoria, os mais valentes guerreiros da redondeza
vinham ouvi-lo silenciosamente, pois ele revelava e ditava a lei da
agricultura e foi espalhando as suas lições na montanha de Cunakê.
Despeitado com Tupã, Anhangá não tardou pela curiosidade e
aproximou-se da serra conduzindo em sua companhia a linda e bela
Ceuci que foi arrastada pelo desejo de assistir a Poracé (festa) em
honra de Jurupari, porém aconteceu que Anhangá empregando as suas
artes tortuosas conseguiu induzir Ceuci transportando um terreno que
não era permitido a curiosidade feminina. Desta forma violou o
recinto privativo a mãe de Jurupari que condenava ao sacrifício
certo. Celebrando assim os Pagé-assús chamaram a noite do rito:
Ceuci, Tieté, Unandú! E um corpo de mulher caiu ao solo fulminando.
Mandaram
então buscar Jurupari afim de ressuscitá-la, mas o nosso herói,
inflexível não transgride a lei, mesmo que seja uma pessoa especial
como Ceuci: “Morreste ó mãe, porque desobedeceste a lei de Tupã,
esta lei que eu ensino, agora podes subir radiante, pura e bela aos
braços de meu pai”. O corpo de Ceuci enchendo-se de uma figuração
estranha acendeu iluminado, atravessou o espaço e fez-se estrela e
ela tornou-se a mais formosa das plêiades, transformou-se para
exemplificar o respeito que devia inspirar aos selvagens, as leis dos
Moisés dos Tupis.
Ceuci
– Mãe dos Moisés do Tupis, dos caraíbas e Anãmas, é uma deusa
morta, porque nunca mais veio à terra, de grande prestígio na
mitologia da América do Sul. É ela quem do luaca, distribuiu a
sorte às “Tainaetas” (enlevo dos lares das florestas).
Na
astronomia das tribos sul-americanas, Ceuci também é conhecida por
Ciucy e Celchu, chamada vulgarmente a Constelação das Plêiades.
Cueurra
– É a árvore do bem e do mal, na tradição aborígine. No
Solimões é conhecida pelo nome de Purumã. Entra na lenda de
Jurupari e assume um papel de destacada importância. Ao seu sumo
atribuiu-se a fecundação de Ceuci, a Eva ingênua dos Caiuaras.
Distraída sob a árvore não atinou que o sumo traiçoeiro,
deslizando voluptosamente pelo corpo, molhando-lhe os seios e
lambendo-lhe o ventre, lhe comprometia a virgindade.
Anhangá
– (quer dizer sombra, espírito) A figura com que as tradições o
representam é de um veado branco, com os olhos de fogo. Todo aquele
que persegue um animal que amamenta corre o risco de ver o Anhangá,
e a sua vista traz febre e às vezes a loucura.
A LENDA DA YARA
A
lenda da Yara tem sua origem no guerreiro Miryan, filho do cacique
Mundurucu Irahuana. Para explicar a origem da Yara nas águas
amazônicas, pela lenda indígena sofreu muita influência pelas
histórias narradas pelos europeus, principalmente pelos
colonizadores portugueses no Brasil. Pois os índios contavam esta
lenda com muito interesse para explicar a origem da mãe d’água
semelhante a uma sereia européia. A mãe d’água é uma mulher
muita bonita e muito atraente, cabelos compridos e loiros, rosto bem
arredondado, olhos verdes e pele rosada, possui a metade do corpo de
mulher e a outra metade de peixe, encanta os homens com o seu poder
caantando um canto maravilhoso com a voz harmoniosa e suave. Os
habitantes dos rios da Amazônia dizem que no fundo do rio ela possui
um belo castelo e esta bela sereia consegue enfeitiçar os homens que
vêem a esta bela sereia, ao ponto de se atirar nas águas profundas
dos rios para com ela viverem. Conta a lenda que o mais valoroso
guerreiro da tribo era Miryan, que ganhara notoriamente no combate
aos índios Apupos. Ganhou do seu tio o pajé Ariman, um arco e
flecha e um dia o Taxaua Irahuana quis mostrar aos oputros filhos o
valor do primogênito e mandou-os em sua companhia combater as feras.
Por arte do pajé, no lugar das feras surgiram enormes bandos de
lajamandis. E foram travados terríveis combates, mas Miryan saiu
vitorioso, os irmãos cheios de inveja tentaram matá-lo enquanto ele
dormia mesmo ferido na coxa o guerreiro conseguiu aniquila-los e
temeroso da vingança fugiu, o velho cacique ao saber da morte dos
filhos jurou matar Miryan. E mandou 400 guerreiros à procura de
Miryan, chegando no local onde Miryan se encontrava o cercaram em uma
espessa moita de Uranas e durante muitas noites os 400 guerreiros
tentaram inutilmente vencer Miryan. Certa noite, depois de combate
exaustivo, o guerreiro conseguiu esquivar-se até chegar onde seu pai
dormia e disse-lhe: “Tu me fazes uma guerra injusta, eu matei meus
irmãos para não morrer. Mas o velho Tuxaua não convencido com a
história de Miryan gritou que o matasse”. Os índios lançaram-se
sobre ele, mas ele esperto conseguiu escapar, jogou-se na baía do
Rio Negro. E ao cair na água numerosos peixes grandes e pequenos
sustentaram-no na superfície e a luz do luar irradiou do corpo do
guerreiro, que aos poucos foi se modificando da cintura para baixo e
Miryan passou a ter corpo de mulher. Um belo corpo, de cabelo negro e
no lendário mundo indígena Miryan virou “Iara”, castigado por
Tupã que quis se revoltar contra o pai. Uma outra versão desta
lenda surgiu em uma noite tropical do rio Amazonas saturado de
perfume e mistério, conta a lenda que Tapuio, um índio que vagava
no remanso de um igarapé ouviu uma voz que parecia uma mulher, num
dado momento a voz silenciou, mas depois ouvia-se a voz novamente e
uma cortina da vegetação abriu-se descobrindo uma mulher desnuda
que reclinada à beira do igarapé e de repente o índio Tapuio
sentiu uma vertigem como se fosse cair no abismo, caiu de joelhos
esquecendo do mundo e ficou apaixonado pela imagem da feiticeira, na
verdade a feiticeira era Iara, nascida das águas sendo ela afrodite
sedutora e enganadora, fez o índio Tapuio mergulhar nas águas
noturnas e nunca mais aparecer. Os que conseguem voltar ao mundo dos
vivos... Voltam assombrados falando em castilos, sectos e corte de
encantados e é preciso que um pajé faça muita reza forte, para
tirar do estado de assombração, pois muitos ficam facilmente
hipnotizados... A Iara até hoje exerce um grande fascínio e maior
encantamento nos homens da região amazônica.
A LENDA DA COBRA NORATO
Uma
bela moça indígena chamada Zelina estava na roça trabalhando e
quando foi para a beira do rio beber água, sentiu uma forte dor de
barriga e começou a passar mal e de joelhos na beira do rio deu à
luz a um casal de gêmeos. Quando caíram nas águas do rio seus
filhos viraram duas cobras, percebendo que seus filhos eram duas
cobras, pensou em matá-los, mas procurou o velho pajé e pediu-lhe
conselho, o velho pajé curador da tribo mandou que as lançasse ao
rio e lá as duas cobras cresceram, sendo um macho e uma fêmea, o
macho foi chamado de Honorato e a fêmea Maria Caninana, o tempo foi
passando e as duas cobras foram crescendo, Honorato era de boa índole
e Maria Caninana era uma cobra má, quando visitavam sua mãe Zelina,
a mesma só tinha olhos e gostava das reinações de sua filha.
Honorato que era bom moço, encantado em uma cobra, nunca aprovou as
maldades de sua irmã Maria Caninana e certo dia matou sua irmã,
pois já não agüentava ver suas maldades, algumas noites ele
deixava a sua pele e casca de cobra à beira do rio e pedia a sua mãe
que o desencantasse, mas ela não tinha coragem e antes que o dia
amanhecesse, antes do galo cantar tinha que voltar para o rio e
voltar a ser cobra. Para quebrar o encanto de Honorato era preciso
que alguém de tamanha coragem colocasse uma gota de leite em sua
boca e um corte na cauda para sair o sangue que desencantaria o moço
tão belo de uma cobra tão feia. Honorato era visto nos bailes onde
dançava muito, mas antes de clarear o dia desaparecia e ninguém
tinha coragem de desencantar o belo rapaz, pois ninguém queria se
arriscar, cansado de tanto andar e não encontrar resolveu ir para a
cidade de Óbidos e lá encontrou um corajoso soldado que levou o
leite na boca da cobra e com o sabre cortou-lhe a cauda para o sangue
jorrar e Honorato transformou-se em um elegante e belo rapaz,
deixando as águas do rio para levar uma vida normal na terra.
A LENDA DE QUEM-TE-DERA
A LENDA DE QUEM-TE-DERA
A
lenda de Quem-te-dera teve sua origem no município de Irituia e
pertence ao folclore desta cidade. Conta a lenda que uma mulher magra
e com poderes sobrenaturais e com sua maldade, fazia com que os
homens a servissem como cavalo, colocando-lhes cabresto e sela e que
os mesmos percorressem grandes distâncias e sempre com ela montada
nas suas costas. E aplicava um castigo ao homem que negava passar a
noite em companhia desta terrível mulher. E esta maldosa mulher,
costumava açoitar durante todo o percurso os homens que submetidos
aos seus caprichos, sendo eles fortes ou não, eram encontrados no
dia seguinte com o corpo todo marcado e dolorido pelos açoites da
Quem-te-dera.
A LENDA DO PIRARUCU
A
lenda do Pirarucu teve sua origem nas águas amazônicas e este peixe
é um dos maiores peixes de escama do Brasil. E para explicar sua
origem os índios costumam contar a seguinte lenda. O Pirarucu era um
índio guerreiro da nação dos Nalas e que este jovem índio era
muito valente e muito orgulhoso, vaidoso e injusto e gostava de
praticar a maldade. Foi então que o Deus Tup[a resolveu castiga-lo
por todas as suas maldades e pediu a Deusa Luruauaçu que fizesse
cair uma grande tempestade e assim aconteceu. Uma forte chuva caiu do
céu sobre a floresta de Xandoré, o demônio que odeia os homens
começou a mandar raios e trovões tornando a floresta toda
eletrizada pelos fortes relâmpagos e o forte guerreiro chamado
de Pirarucu encontrava-se na hora da chuva caçando na floresta e
tentou fugir, mas não conseguiu, vencido pela força do vento caiu
ao chão e um raio partiu uma árvore muito grande que caiu sobre a
cabeça do jovem guerreiro, achatando-lhe totalmente. O jovem
guerreiro teve seu corpo desfalecido, carregado facilmente pela
enxurrada para as profundezas do rio Tocantins, mas na floresta
Xandoré o Deus Tupã ainda não estava satisfeito e resolveu
transforma-lo aplicando-lhe um castigo severo e transformou o jovem
guerreiro num peixe avermelhado de grandes escamas e cabeça chata e
é este peixe Pirarucu que habita os rios da Amazônia.
A
LENDA DO ELDORADO
No
século XVI exploradores se aventuraram pelo interior da Amazônia,
buscando a todo custo, aquilo que chamavam de Eldorado... Os
espanhóis colonizadores das Américas assim acreditavam. A cidade
tinha até um nome: Manoa. E em conseqüência muitas expedições
dirigiram-se a região, destacando-se a de Gonzalo, Pizarro e
Francisco de Orellana. Como muitos objetos de ouro foram encontrados
durante a conquista, os espanhóis achavam que ainda faltava
encontrar o lugar de onde vinha o ouro. Na verdade, certo rei ou
sacerdote do povo muísca em cerimônia anual de fundo religioso,
onde tava o corpo com um óleo perfumado e era coberto de ouro em pó.
Em seguida, numa jangada, ia banhar-se em um lago que uns acreditavam
ser guatativa, na Colômbia e outros Parina, próximo ao rio Orenoco,
e outros, ainda nas Guianas. Após mergulhar, seu povo jogava objetos
de ouro em culto aos deuses...
E
o Eldorado, será que não passa de lenda?
Quem
conhece a Serra de Carajás e sabe que é a maior província mineral
do mundo. Com 1500 toneladas de ouro no município de Curionópolis,
não se tem a menor dúvida: O Eldorado existe.
É
no Pará.
A LENDA DAS AMAZONAS
Em
1541, após descer o afluente Napo e chegar ao então Mar Dulce, nome
que Pinzon deu ao Rio Amazonas, eis que Francisco Orellana é atacado
por uma tribo de mulheres que, no testemunho de Frei Gaspar Carvajal,
“são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entrançado
e enrolado na cabeça. São muito membrudas e andam nuas em pêlo,
tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos,
fazendo tanta guerra como dez índios”. Em seu relato Carvajal
narra a seguir que embora abatessem vários índios que eram
comandados pelas mulheres e mesmo algumas destas, os espanhóis se
viram obrigados a fugir, tendo, porém capturado um índio. Este mais
tarde, ao ser interrogado, declarou pertencer a uma tribo cujo chefe,
senhor de toda a área, era súdito das mulheres guerreiras, que eram
acompanhadas pela chefe Canhori. O prisioneiro, respondendo a várias
perguntas do comandante, disse que as mulheres não eram casadas e
que sabia existir setenta aldeias delas. Descreveu a casa das
mulheres como sendo de pedra e com portas, sendo todas as aldeias
bastante vigiadas. Disse ainda que elas pariam mesmo sem ser casadas
porque, quando tinham desejo, levavam os homens de tribos vizinhas à
força, ficando com eles até emprenharem, quando então os mandavam
embora. Quando tinham a criança, se homem era morto ou então
mandavam para que o pai o criasse, se era mulher, com elas ficavam e
a menina era educada conforme as suas tradições guerreiras, seus
hábitos e suas riquezas, pois tais mulheres possuíam muito ouro e
prata.
Fonte:
Livro: “Conhecendo o nosso folclore”
DISPONIVEL EM:
http://no.comunidades.net/sites/par/parapraias/index.php?pagina=1835014792
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