terça-feira, 16 de abril de 2013

AVALIAÇÃO ESCOLAR: PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO


Muito se tem escrito sobre avaliação escolar e esse tem sido um aspecto problemático na prática pedagógica. Para o professor, o grande dilema da avaliação está centrado no aproveitamento escolar, em como decidir se o aluno passa ou não de série, uma decisão que pode influenciar muito na vida do aluno e aumentar não somente os índices de repetência, mas também os de evasão escolar. Portanto, faz-se necessário refletir sobre o papel da avaliação e as condições necessárias para que esta se efetue de maneira justa e coerente.
Muitos professores não sabem como avaliar, e a prova acaba se transformando em um processo de cobrança dos conteúdos aprendidos ou decorados pelos alunos, ou ainda em vingança do professor, momento em que esse se delicia ao ver o desespero dos alunos diante das questões.
A avaliação do rendimento do aluno tem sido uma preocupação constante dos professores, pois faz parte do trabalho docente verificar e julgar o rendimento dos alunos, avaliando os resultados do ensino, e ainda porque o progresso alcançado pelos alunos reflete a eficácia do ensino. Nesse sentido, o rendimento do aluno reflete o trabalho desenvolvido em classe pelo professor, uma vez que, ao avaliar os alunos, o professor está também avaliando seu próprio trabalho. Portanto, a avaliação faz parte da rotina escolar e é responsabilidade do professor aperfeiçoar suas técnicas de avaliação.

Se, para o professor, a prova gera ansiedade, podemos imaginar o que ela representa para os alunos. A preocupação do aluno é somente tentar responder tudo o que o professor quer para obter nota e, se o professor coloca uma questão na prova um pouco diferente daquela do caderno, o aluno não sabe responder. Nesses moldes de conhecimento, a prova serve apenas para que o aluno devolva um conhecimento pronto, repetindo o que o professor falou em aula.
A avaliação tem um sentido amplo e deve ser feita de formas diversas, com instrumentos variados, sendo o mais comum, em nossa cultura, a prova escrita. Portanto, em lugar de exaltarmos os malefícios da prova em favor de uma avaliação sem provas, procuramos seguir o princípio: “se tivermos que elaborar provas, que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo” (MORETO, 2008, p. 87).
Por tudo isso, é necessário redimensionar a prática de avaliação no contexto escolar, pois não é acabando com a prova que se melhora o processo de avaliação da aprendizagem, mas sim ressignificando o instrumento e elaborando-o em uma nova perspectiva pedagógica (MORETO, 2008). Então, não só o aluno, mas também o professor e todos os envolvidos na prática pedagógica podem, a partir dela, refletir sobre sua própria evolução na construção do conhecimento. A discussão sobre os instrumentos preparados pelo professor pode ser um caminho para a conscientização, ajudando professores a melhor compreender o processo de avaliação.


AVALIAÇÃO ESCOLAR COMO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO
ÉDINA SOUZA DE MELO
WAGNER GONÇALVES BASTOS

http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1735/1735.pdf


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