por Prof. Leonardo Castro no blog PARÁ HISTÓRICO
em sábado, 21 de fevereiro de 2009
A partir da década de 1920 se desenvolveu no Estado do Pará a economia da Castanha-do-Pará. As castanhas são colhidas por trabalhadores conhecidos como castanheiros.
Castanheiras imponentes, ao sul de Marabá.
A castanha é altamente consumida pela população local in natura, torrada, ou na forma de farinhas, doces e sorvetes. Assim como no uso alimentar, o óleo extraído da castanha-do-pará também é usado como lubrificante em relógios, para se fazer tintas para artistas plásticos e na indústria de cosméticos.
A Castanha-do-Pará.
A partir da década de 1930 as famílias enriquecidas com os lucros da borracha orientaram seu capital para aumentar a coleta de castanha. Além disso, havia um mercado consumidor internacional deste produto – Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos.
A castanheira é uma árvore de grande porte, atingindo uma altura de 50 m. A região de maior concentração de castanhais era a região do Araguaia-Tocantins, principalmente as regiões produtoras de Marabá e região do Xingu. Marabá foi o maior exportador de castanha do mundo.
Até os anos de 1920, as castanheiras nativas do Pará não tinham donos. Os castanheiros entravam num castanhal, colhiam as castanhas e vendiam o produto da sua coleta diretamente a um regatão (comerciante que vende produtos num barco).
Marabá
A partir dos anos de 1930, o sistema de comercialização tornou-se semelhante àquele da borracha. Fazia-se através de casas de aviamento e de firmas exportadoras.
Os coletores pagavam com o produto da colheita de castanhas os gêneros e utilidades de que tivessem necessidade durante a safra.
Como a castanha começou a dar lucro, o Governo do Pará, na época, entregou os castanhais a pessoas ricas da elite local e proibiu a entrada de coletores livres nos castanhais cedidos.
Houve, assim, uma grande concentração de terras nas áreas de castanhais. O Governo do Pará favoreceu algumas poucas famílias que se beneficiaram com os lucros econômicos do comércio da castanha.
Assim, o Estado nos anos 1930, teve uma política de concessão das terras públicas em favor desses grupos das “chefias políticas”, denominadas também de “oligarquias”.
Os pequenos e médios coletores de castanhas, coletores livres e índios coletores foram prejudicados, pois muitos foram expropriados de suas terras. Os castanhais onde eles trabalhavam eram confiscados, deixando as terras para os grandes grupos economicos da elite paraense.
A Imigração Japonesa para o Pará
Em 1925, agrônomos japoneses pesquisaram solos no Pará a fim de escolher o local mais adequado para estabelecer uma colônia de agricultores japoneses.
Em 1925, agrônomos japoneses pesquisaram solos no Pará a fim de escolher o local mais adequado para estabelecer uma colônia de agricultores japoneses.
Agricultores japoneses em Tomé-Açu.
Para a região Norte, o primeiro grupo de imigrantes japoneses chegou ao Pará em 16 de Setembro de 1929, dirigindo-se para a colônia de Tomé-Açu, distante de Belém 230km.
A característica da presença japonesa no Pará e na Amazônia é ter se estabelecido em núcleos coloniais agrícolas.
Município de Tomé-Açu.
Nas
colônias de Tomé-Açu os japoneses encontraram casas, hospitais, escolas
para o ensino da língua portuguesa, luz elétrica, etc.
Muitos imigrantes morreram de doenças como a malária e gripe. Entre 1935 e 1942, 276 famílias japonesas abandonaram o Pará em direção ao sul do Brasil.
Muitos imigrantes morreram de doenças como a malária e gripe. Entre 1935 e 1942, 276 famílias japonesas abandonaram o Pará em direção ao sul do Brasil.
Alguns
japoneses migraram para as redondezas de Belém onde posteriormente
vieram a constituir alguns núcleos como os do Tapanã, Coqueiro e
Ananindeua.
Os japoneses começaram a trabalhar com o cultivo do cacau, do arroz, feijão, algodão, tabaco, cana-de-açúcar, mandioca e, mais tarde, introduziram em Tomé-Açu o cultivo da pimenta.
Durante a Segunda Guerra Mundial
os “japoneses” que estavam nas cidades foram para colônias, mais
especificamente a do rio Acará que chamava-se Tomé-Açu, instituída como “campo de concentração dos japoneses”.
Passada a guerra, em 1947 introduz-se em Tomé-Açu o cultivo da pimenta que dez anos depois de duas mudas que vingaram quando trazidas da Malásia, multiplicara-se para 820.000 pés, com uma produção de 2.300 toneladas.
A
pimenta que obtinha alto preço no mercado internacional é plantada nas
diversas colônias do Pará e originou uma outra expansão de núcleos ou de
indivíduos de origem japonesa para outras regiões do Estado como
Curuçá, Vigia, etc.
A pimenta permitiu um maior relacionamento da comunidade “japonesa” com a brasileira e entre ela mesma, devido a criação em 1958 da Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira com sede em Belém.
Em 1969 uma bactéria chamada fusarium ataca os pimentais, devastando a cultura em todo o Estado, pressionando a migração de “japoneses” das diversas colônias e principalmente de Tomé-Açu.
No sentido de buscar novas áreas que fossem imunes a praga, eles migram para outras regiões do Pará ou então mudam de atividade vindo para Belém.
Achei o maximo me ajudou bastante. Sou thais Oliveira do site especializer.com
ResponderExcluir