Barros e
Martins (2003), também acreditamos que os conceitos do mundo são
assimilados de forma particular por cada indivíduo, compreendendo tais
conceitos por intermédio de instrumentos mediadores, a partir do
rompimento da relação unilateral entre o sujeito e o objeto de
conhecimento. Sobre esta mesma ótica, vemos o educador como um sujeito
mediador na relação entre o aluno e o conhecimento matemático, e esta
relação pode ser redefinida com a presença de mais um out ro elemento de
mediação: a informática.
A inserção deste novo elemento na
relação aluno-professor-conhecimento matemático é bem mais que um
modismo, é um direito como parte de um letramento tecnológico voltado
para a leitura e compreensão desta nova mídia, como sugere Borba &
Penteado (2003), uma vez que o computador está fortemente presente em
nossa sociedade.
Em muitas de nossas escolas, o
computador já está presente, como resultado de alguns programas de
implantação da informática nas escolas públicas intensificados em 1997,
quando o MEC, através da SEED, lançou o Programa de Informática na
Educação – ProInfo. Estes programas tinham o objetivo de expandir o uso
da informática e de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas, bem como, estimular a retomada das
pesquisas sobre o uso de tecnologias pelos educadores como ferramenta
de enriquecimento pedagógico. Um outro objetivo do Programa era criar,
em co-autoria com os governos estaduais e municipais, os Núcleos
regionais de Tecnologia Educacional (NTE) responsáveis pela formação continuada de professores para o uso desta tecnologia (BORBA; PENTEADO, 2003).
Entretanto, conseguir uma formação e
capacitação de recursos humanos capazes de transformar uma prática
educativa tradicional e meramente reprodutiva, em uma nova prática
educativa que valorize a dinamicidade, a criatividade, e que ainda
esteja embasada na investigação, na descoberta e no diálogo, é o
primeiro grande desafio que precisamos vencer para fazermos uma
verdadeira inclusão tecno lógica da educação. Pois, como diz Andrade
(2003, p.67): “a maioria dos professores está à margem dessa inovação na
prática pedagógica, desconhecendo as potencialidades desse recurso como
aliados do processo educativo”.
Por outro lado, muitos administradores educacionais acreditam que a formação de professores para o bom uso dessas tecnologias é dispensável, ou pensam que basta ter um laboratório de computadores bem instalado e professores com um bom treinamento eminformática, para que a tecnologia comece a funcionar, como acontece em um balcão de farmácia, ou em algum outro estabelecimento comercial automatizado (VALENTE, 2003)
É necessário possuir a capacidade de
integrar esta tecnologia à prática pedagógica, porém, isso não é
suficiente. Não estamos simplesmente diante de um problema de
incrementar atividades mecânicas por uso de um computador, precisamos
nos sensibilizar que profundas mudanças em procedimentos muito antigos
deverão ser iniciadas, não podendo ser deixados de lado como simples
maus hábitos.
Com todas as mudanças que estão em
andamento em nossa sociedade, é inimaginável que a escola continue
centrada em uma pedagogia de transmissão da informação por meio do giz e
quadro apenas, pois, a palavra de ordem é integrar, e ainda mais,
integrar o conhecimento técnico ao conhecimento pedagógico. Segundo
Freire e Prado (2000), é imprescindível que o professor busque fazer
esta coesão entre sua prática pedagógica e os meios de comunicação e da
informação (tais como calculadora, computador, Internet etc.) de uma
maneira realmente eficaz.
É importante que reforcemos a
necessidade de que os cursos de formação inicial capacitem os
professores de modo que estes possam integrar a informática às
atividades desenvolvidas em sala de aula, exigindo uma nova abordagem
que construa a contextualização do conhecimento a partir de coletivos
formados por seres-humanos com tecnologias e não somente por coletivos
formados apenas por seres humanos (BORBA;
PENTEADO, 2003).
PENTEADO, 2003).
Referências Bibliográficas
ANDRADE, P. F. Aprender por projetos, formar educadores. In: VALENTE, J. A. (Org.).
Formação de educadores para o uso da informática na escola. Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 2003. pp. 58-83.
BARROS, S.; MARTINS, A. (Org.). Cibercampus: experiências em educação à distância. Recife, PE: Contraluz, 2003.
BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 3. ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2003.
ANDRADE, P. F. Aprender por projetos, formar educadores. In: VALENTE, J. A. (Org.).
Formação de educadores para o uso da informática na escola. Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 2003. pp. 58-83.
BARROS, S.; MARTINS, A. (Org.). Cibercampus: experiências em educação à distância. Recife, PE: Contraluz, 2003.
BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 3. ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2003.
texto original:
A Formação Inicial do Professor de Matemática para o uso da Informática na Sala de Aula
criado por Carlos Eduardo de Oliveira
Orientadora: Miriam Godoy Penteado
Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática
UNESP / Rio Claro
criado por Carlos Eduardo de Oliveira
Orientadora: Miriam Godoy Penteado
Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática
UNESP / Rio Claro
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